quarta-feira, 30 de maio de 2007

INTRODUÇÃO: O CAMINHO DA GRAÇA PARA TODOS!

“Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é , do seu corpo.” (Hebreus 10.20)

A Graça de Deus em Cristo não se resume a uma doutrina, não é uma teologia, não é um fundamento bíblico para ser assimilado intelectualmente, não é mera aglutinação de conhecimento teórico. Não. Pensar a Graça com essas categorias nada traduz acerca do Evangelho. Podemos até conceituar o Amor Incondicional de Deus, mas esse amor só será “aprendido” se for experimentado! Portanto, a Graça é dom de Deus, recebido pela fé (que também é Graça, pois é fruto do trabalho do Espírito Santo na consciência humana), pela revelação da Verdade, que é Cristo Jesus: o Cordeiro sacrificado na eternidade pela culpa de toda criação, antes mesmo que houvesse mundo.

Ele se manifestou através da Sua encarnação, morte, ressurreição e ascensão acima de todas as coisas; e, foi Ele quem estabeleceu que por Sua Graça se pode ter Vida, tanto nessa existência como na Eternidade! Desse modo, saiba-se que a Graça é tudo e tudo é Graça! Nenhum passo rumo a qualquer maturidade espiritual pode ser dado senão no caminho dessa Graça.

Já está evidente que a vida dita “cristã” que acontece fora do chão da Graça de Deus só gera doenças espirituais, psicológicas e existenciais. Gera religião, mas não sedimenta a paz de Deus. Gera mudanças comportamentais, mas não renova o homem interior. Pode gerar novos hábitos, mas não assegura um novo coração.

A GRAÇA É A LEI DO CAMINHO

“... Pela Graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é Dom de Deus, não vem de obras, para que ninguém se glorie!” (Efésios 2:8-9):

A Graça e somente a Graça É e sempre será a base do nosso relacionamento com Deus.Todavia, os cristãos se convertem a Jesus num dia, e no dia seguinte bancam sozinhos as transformações que julgam serem decorrentes dessa conversão. Chamam isso de Santidade pessoal. Porém, santidade pessoal é fruto da entrega ao Amor Incondicional do Pai.

A Lei da Graça inverte os pólos da Ética Religiosa: é o Descanso da Fé que desemboca na Obediência Amorosa, e não a obediência que gera o descanso. Tal obediência a Deus se expressa como resposta de gratidão daquele que recebeu consciência do amor de Deus: “Quem me ama, guarda os meus mandamentos; assim como eu amo o Pai e guardo os Seus mandamentos. E os mandamentos, são um: que vos amais uns aos outros, assim como eu vos amei.”Uma vez interiorizada, a Conversão remove uma montanha infindável de culpas que foram abolidas em Cristo; não só as culpas decorrentes das ações praticadas, mas a culpa própria da minha essencialidade, porque eu sou pecador por natureza. Sendo assim, o Pecado que está abolido é o que eu sou, e não só o que eu faço, e até aquelas coisas que eu faço quanto mais culpa delas carrego, diminuem seu potencial destrutivo sobre mim, até findarem-se! Porém, essa inclinação do espírito só se inicia quando a pessoa se encontra em paz!

Assim, santidade vem de sentir-se em paz na Graça, quando entendo pela FÉ que o que sou em Cristo, é o que vale; isto para que eu posso ir sendo...à medida em que cresço. Portanto, santificação é o apelido do crescimento da consciência na Graça dentro de nós.Por que isso parece diferente do que chamamos santidade no meio cristão?

Porque nossa visão de santificação não é bíblica, é pagã e cheia de justiça própria. Sim, o que chamamos de santificação é exatamente aquilo que os fariseus ensinavam: ser zeloso da lei ou da lista, baseada em aparências e esforços próprios. “Santo”, para Jesus, é aquele que não julga o próximo; que anda mais de uma milha com o inimigo; que dá a capa para cobrir o frio do adversário; que não passa ao largo quando vê um homem caído na estrada; que dá água com amor aos irmãos... como se fosse o próprio Jesus quem bebesse; que veste o nu, abriga o órfão, acolhe o desamparado, abre a alma ao faminto, e não se esconde seu semelhante.Sim, para ele, o santo é quem crê; é quem busca a verdade e a humildade.Santidade, para Jesus, é simplicidade e gratidão. E, conforme Jesus, o santo é alguém livre para amar...

Santidade é saber viver todas as coisas lícitas, tendo o discernimento de saber o que convém e o que edifica. O santo viverá pela fé. Ou seja: em confiança não em si, mas na Graça. E toda conquista interior que lhe aconteça, não é mérito, mas Graça de Deus sobre ele; e sobre tais conquistas ele não fica alardeando com a boca, visto que, se são verdadeiras, elas serão percebidas pelo fruto da vida, em amor e misericórdia. Portanto, o caminho da Graça não cria o espaço da libertinagem, mas tão somente o da liberdade de ser, sem os medos que decorrem das neuroses provocadas pela Lei ou pelas listas religiosas de-podes-e-não-podes.

Portanto, no Caminho da Graça, não carregamos ilusões... não estamos esperando ninguém virar anjo, ninguém levitar a 10 cm do chão, ninguém ser levado pela carruagem de fogo da santidade que já não consegue viver no mundo. Ao contrário, posso afirmar que meu esforço pessoal é na tentativa de não me chocar com mais nada, posto que não há nada que você tenha feito que, ao menos em potencial, não exista em mim também. Não lidamos com robôs, nem com super-crentes ufanistas, nem nos interessamos por comportamentos performáticos só para dar a sensação de que tudo está sob controle na comunidade “vigiada”.

Diante disso, fica aqui declarado: Está suspenso o meu direito de me escandalizar com o que quer que seja verdade sobre você. Prefiro caminhar com você a partir de suas lutas e temores do que fingirmos que não trazemos essas coisas embutidas no cerne de nossas tribulações e dramas de vida.

O Caminho, portanto, está aberto a todos: Somos ‘devedores’ a homens, mulheres, adolescentes e jovens de todas as tribos; prostitutas, homossexuais, bissexuais e transexuais; fiscais de tributos, empresários, estudantes, políticos e donas de casa, ateus, católicos, espíritas e esotéricos, ricos e pobres, intelectuais e broncos, casados, descasados, solteiros, amasiados, juntados, separados, divorciados, viúvos...

E a todos quantos se encontram carecidos da Glória de Deus porque não conhecem em seus corações a conversão que o Evangelho realiza por meio da fé, através da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo – único mediador entre Deus e os homens.

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